quinta-feira, 4 de setembro de 2014

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Açúcar causa prejuízos para a memória

Níveis elevados de glicose estão associados à demência e diminuição do hipocampo, tanto para diabéticos quanto para pessoas saudáveis

agosto de 2014
Elena Schweitzer/Shutterstock
Uma dieta pobre em nutrientes costuma ser prejudicial não só ao corpo, mas também à saúde mental. Mais especificamente a ingestão de grande quantidade de açúcar e outros carboidratos pode causar danos a estruturas e funções do cérebro.

A diabetes, caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue de forma crônica, por exemplo, tem sido associada a risco elevado de demência e diminuição dohipocampo, uma região do cérebro importante para a memória. Um estudo publicado no periódico científico Neurology buscou identificar se o açúcar teve esse efeito mesmo em pessoas saudáveis, já que a doença pode deflagrar outras alterações cerebrais capazes de confundir os resultados. Para compreender melhor esse tema, pesquisadores do Centro Médico da Universidade Charité, em Berlim, acompanharam marcadores de glicose de curto e longo prazo em 141 adultos saudáveis não diabéticos. Os participantes realizaram testes de memória e passaram por exames de imagem para avaliar o hipocampo.

Níveis elevados das duas medidas de glicose foram associados com problemas de memória e redução e comprometimento da estrutura cerebral. Os cientistas também descobriram que as alterações foram parcialmente responsáveis pela associação estatística entre glicose e memória. Segundo a neurologista Agnes Flöel, coautora do estudo, os resultados “fornecem mais evidências de que o açúcar pode contribuir diretamente para a atrofia do hipocampo”. Porém, ela alerta que, pelo menos por enquanto, ainda não é possível estabelecer uma relação causal entre esses eventos.

Os resultados indicam que, mesmo na ausência de diabetes ou nos casos de intolerância à glicose, níveis elevados de açúcar no sangue podem danificar o cérebro e interromper funções da memória. Pesquisas futuras poderão precisar como a glicose exerce esses efeitos e que intervenções dietéticas ou mudanças no estilo de vida serão mais eficazes na reversão de alterações patológicas.

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