segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Pais de autistas se reúnem para tentar eleger políticos atentos às necessidades dos filhos

Diagnóstico precoce, tratamento público de qualidade, inclusão escolar e mercado de trabalho entram no debate

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Em encontro com outros pais de autistas, Denise Aragão inicia debate sobre a importância de representatividade política que defenda a causa - Hudson Pontes / Agência O Globo
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RIO — Na onda das eleições e na corrente contrária à dos descrentes da política, um grupo com cerca de 75 pais de crianças autistas se reuniu para debater sobre a importância de eleger para a Assembleia Legislativa e a Câmara Federal pessoas comprometidas com a causa. Sob o lema “Minha vida é azul e meu voto também”, eles querem garantir que questões como a importância do diagnóstico precoce, a luta pelo tratamento de qualidade na rede pública, a inclusão escolar e o mercado de trabalho sejam levantadas e atendidas efetivamente pelo poder público.
Segundo uma das mães, a relações-públicas Denise Aragão, o movimento começa pela divulgação do transtorno:
— A sociedade vem se conscientizando, e as minorias ganham força. Chegou a hora do autismo, que, afinal, não é raro, ao contrário do que muitos pensam. Queremos mostrar que os autistas têm capacidade. Com a conscientização, é possível ter o diagnóstico precoce — diz ela, que é mãe de João Pedro, de 10 anos, referindo-se ao fato de que os tratamentos disponíveis obtêm resultados mais eficazes quando aplicados desde cedo.
Outro integrante do grupo é o médico José Carlos Pitangueira, que criou um centro de tratamento privado de autismo, o Instituto Priorit, para tratar a filha Carol, de 12 anos. Ele também aposta na divulgação como meio de inclusão dos portadores do transtorno.
— Vamos com os nossos filhos à rua, e, se eles têm uma crise de comportamento, as pessoas acham que são mal-educados. Pedimos votos pelos nossos filhos. A ideia é não deixar o candidato que nós apoiarmos nos virar as costas depois — afirma.
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Após as eleições, as famílias pretendem se encontrar ao menos de quatro em quatro meses, numa espécie de fórum, para avaliar o que está sendo feito pelo poder público.
— Uma democracia se faz com troca de ideias e perspectivas — diz Denise.
As reuniões são abertas e acontecem semanalmente, em diferentes locais.


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