sexta-feira, 26 de setembro de 2014


Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014
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O cérebro nos tempos de memória e aprendizagem

É fácil compreender que o entusiasmo ajuda a aprender pois temos tendência a recordar mais facilmente eventos que despoletaram uma resposta emocional

2012-09-27
Por Ana Margarida Nunes *
Para aprender uma nova forma de pensar os nossos neurónios estão a reorganizar-se
Para aprender uma nova forma de pensar os nossos neurónios estão a reorganizar-se
A capacidade de nos adaptarmos a uma realidade diferente, de construirmos a nossa história como seres únicos bem como de alargarmos as nossas raízes culturais está directamente ligada à aprendizagem e à memória.

* Licenciada em Biologia Microbiana e Genética pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e doutorada em Neurociências pelo King's College London em 2009. 
Por exemplo, para aprender uma nova língua, um novo desporto ou uma nova forma de pensar os nossos neurónios estão a reorganizar-se. Estão a produzir mais, menos ou diferentes neurotransmissores (moléculas de que já vos falei noutras crónicas) e a alterar ligações a outros neurónios.

Aprender implica a passagem de memórias de curto-prazo para longo-prazo, isto porque as memórias são instáveis! Cada vez que recordamos como se diz “olá” em mandarim (nǐ hǎo), forma-se uma memória diferente, há uma reconstrução.

Quando recordamos nǐ hǎo o cérebro divide a memória, actualiza-a, traz a memória à consciência e depois sintetiza novas proteínas para uma nova estrutura da memória à medida que esta regressa para longo-prazo, mais consolidada. Assim, a repetição ajuda a aprender.

Dormir 8 a 9 horas por dia ajuda a aprender
Dormir 8 a 9 horas por dia ajuda a aprender
Também o entusiasmo, a ingestão de hidratos de carbono, dormir 8 a 9 horas por dia e ainda a programação de aprendizagem inata (com a qual já nascemos) ajudam a aprender.

Na aprendizagem inata estão envolvidos os neurónios espelho (de que também já vos falei) bem como a região temporal do córtex (um pouco acima das nossas orelhas) que nos permite reconhecer rostos familiares.

É fácil compreender que o entusiasmo ajuda a aprender pois temos tendência a recordar mais facilmente eventos que despoletaram uma resposta emocional. O cérebro aumenta o número de ligações “ON” de neurónios.

Quanto aos hidratos de carbono, são estes que fornecem glucose (energia) ao cérebro porque se transformam em glicoproteínas, moléculas que funcionam como uma “cola” entre as sinapses dos neurónios, facilitando as suas ligações, e claro, a aprendizagem.

Daí a extrema importância do pequeno almoço e de snacks ao longo do dia, principalmente em períodos de aprendizagem como as aulas. Está comprovado que dietas extremas dificultam a aprendizagem.

A importância de uma boa noite de sono, está directamente relacionada com os tais períodos REM (movimento repetido dos olhos) e não-REM de que falei a semana passada. Em período REM ou de sonhos, as ligações entre os neurónios que transportam a informação aprendida são fortalecidas.

São de extrema importância o pequeno almoço e os snacks ao longo do dia, principalmente em períodos de aprendizagem como as aulas
São de extrema importância o pequeno almoço e os snacks ao longo do dia, principalmente em períodos de aprendizagem como as aulas
Já no período não-REM, os canais de cálcio (proteínas envolvidas na “corrente eléctrica” do neurónio) ficam mais activos, ocorre mais actividade neuronal de reposição de informação, fortalecendo a memória de longo-prazo.

Para concluir, se olharmos para nós como seres feitos de moléculas e células bem pequeninas, talvez consigamos perceber que, a este nível, os processos de aprendizagem e memória que ocorrem em nós, humanos, são em quase tudo semelhantes aos de um molusco, como um polvo ou uma lula mas também uma amêijoa.

E muitas vezes, é por isto que outro tipo de seres vivos, que não só os humanos, são utilizados em laboratório para elucidar processos como este, da aprendizagem!

A elucidação destes processos vai contribuir para o tratamento de distúrbios de aprendizagem como dislexia (dificuldade de leitura, escrita e soletração), disgrafia (alteração da escrita), discalculia (dificuldade em compreender e manipular números), dispraxia (dificuldade em desempenhar movimentos correctamente - síndrome do desastrado) e défice de atenção com ou sem hiperactividade.

Estes distúrbios não implicam que o QI da pessoa seja baixo, muitas vezes acontece exactamente o contrário.


Três razões para seu filho NÃO usar andador:
1. Perigo de acidentes. O andador permite que a criança se movimente com muita velocidade, até 1 metro por segundo!!! Isso pode ser muito perigoso, pois basta um pequeno objeto no chão para travar uma das rodinhas, brecar e fazer a criança cair. Mais importante: normalmente a cabeça é que bate no chão primeiro, causando um trauma crânio encefálico que pode ser muito grave.
2. Não permite o desenvolvimento adequado de músculos e tendões. Crianças que ficam nos andadores tradicionais conseguem deslizar pelo ambiente com um toque rápido da ponta dos pés no chão. Este posicionamento no andador impossibilita o desenvolvimento e a correta estruturação de músculos e tendões que só se desenvolvem a partir do momento que a criança anda.
3. Não ensina e pior: retarda o desenvolvimento da marcha. Está provado que os bebês que usam o andador andam mais tarde. Ao contrário do que muitos podem achar, o andador não faz a criança andar mais rápido. Ao contrário!! Retarda!! Exatamente porque impede que músculos e tendões se formem de maneira estruturada e correta. E esta estruturação só é possível com os movimentos naturais de aprendizado dos primeiros passos.
Ensine seu filho a dar os passos certos na vida. Sempre!


 


  Aluno processa professor por ter tomado o seu celular em sala de aula e Justiça nega pedido.

O aluno que teve seu celular tomado pelo professor não será indenizado.

juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior de Sergipe, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor que tomou seu celular em sala de aula.
De acordo com os autos, o educador tomou o celular do aluno, pois este estava ouvindo música com os fones de ouvido durante a aula.

O estudante foi representado por sua mãe, que pleiteou reparação por danos morais diante do "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional".

Na negativa, o juiz afirmou que "o professor é o indivíduo vocacionado a tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado se solidarizou com o professor e disse que "ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma". Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno descumpriu uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de celular durante o horário de aula, além de desobedecer, reiteradamente, o comando do professor.
Ainda considerou que não houve abalo moral, já que o estudante não utiliza o celular para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.
E declarou:
"Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os realitys shows, a ostentação, o ‘bullying intelectivo', o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.

Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor.
"No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor".

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ARTETERAPIA NO PARQUE:
Celebrando a Primavera no Parque Museu da República
Veja Programação Completa
https://www.facebook.com/events/773555422704974/
TÉCNICAS EXPRESSIVAS NO TRABALHO COM CRIANÇAS
Data: 24 e 25 de Outubro de 2014
Horário: 6ª f das 14:00 às 22:00 H e Sábado das 9:00 às 18:00 H
Carga Horária: 16 H
Saiba Mais: https://www.facebook.com/events/253106878233333/

quarta-feira, 24 de setembro de 2014



Estudo liga falta de hormônio na gestação a crianças ruins de matemática

  • 22 setembro 2014
Foto: Thinkstock
No futuro, diz pesquisador, suplementos poderão ser usados para estimular desenvolvimento mental do feto
Um novo estudo indica que, durante a gestação, baixos níveis de um hormônio produzido pela glândula tireoide da mãe influenciam negativamente o desempenho de uma criança em matemática nos seus primeiros anos na escola.
Pesquisadores holandeses registraram o nível do hormônio tiroxina em mulheres quando estavam na 12ª semana de gravidez e, depois, acompanharam suas 1.196 crianças saudáveis do nascimento até completarem cinco anos de idade.
Depois, eles analisaram as notas destas crianças em línguas e aritmética. Aquelas cujas mães tinham um baixo nível de tiroxina na gestação tiraram notas abaixo da média em aritmética.
No entanto, dizem os cientistas liderados por Martijn Finken, do VU University Medical Centre, de Amsterdã, não houve diferença nas notas em línguas.
"Ainda é preciso saber se isso persiste na idade adulta. Continuaremos a monitorar estas crianças para responder a isso", diz Finken.
Os resultados foram apresentados durante o encontro anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, em Dublin, na Irlanda.

Metabolismo

Também conhecido como T4, o hormônio tiroxina tem a função de estimular o metabolismo das células do organismo.
Um baixo nível de tiroxina em mulheres grávidas já havia sido relacionado a problemas no desenvolvimento mental na infância, levando depois possivelmente a dificuldades no aprendizado e problemas de crescimento.
Finken sugere que, no futuro, testes hormonais possam ser usados para identificar crianças que precisam de ajuda com matemática na escola.
"É possível que essas crianças possam se beneficiar de suplementos hormonais para melhorar seu desenvolvimento cerebral quando ainda estão no útero", afirma o cientista.
"Este tipo de tratamento já foi tentado antes, mas não melhorou as habilidades cognitivas. No entanto, o momento em que este tratamento é aplicado por influenciar seu sucesso."
professora-sindrome-de-down
Débora Seabra usa animais para falar de preconceito, rejeição e amizade.
Ela é a primeira professora do país com síndrome de Down.
Débora Araújo Seabra de Moura, de 32 anos, a primeira professora com síndrome de Down do Brasil, acaba de lançar um livro com fábulas infantis que têm a inclusão como pano de fundo. O livro traz contos que se passam em uma fazenda e têm os animais como protagonistas. Eles lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição, caso do sapo deficiente que não conseguia nadar, da galinha excluída do grupo por ser surda e do passarinho de asa quebrada que precisou ganhar a confiança dos outros bichos para poder voar com eles.
Com 32 páginas, a obra “Débora conta histórias” (Araguaia Infantil, R$ 34,90) estará à venda nas livrarias a partir desta segunda-feira (5). As ilustrações são de Bruna Assis Brasil.
A professora também usa os bichos para abordar a importância da tolerância, respeito e amizade. Uma das fábulas é sobre a discriminação que o pato sofria por não querer namorar outras patas, e sim, patos.
Em outra, Débora conta a história de amizade entre um cachorro e um papagaio. Alguns contos foram escritos baseados em situações vividas por ela. O texto da contracapa é do escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro.
“Usei os animais, mas as histórias se encaixam aos humanos. É preciso respeitar e incluir todo mundo, aceitar as diferenças de cada um. Ainda existe preconceito”, afirma Débora.
O livro nasceu em 2010, quando a jovem resolveu escrevê-lo para dar presente de Natal aos pais, o médico psiquiatra José Robério e a advogada Margarida Seabra. “Queria fazer uma surpresa, e eles ficaram felizes, adoraram a ideia.”
Margarida lembra que a filha passou alguns meses dedicada a escrever a obra escondida no quarto, quando a mãe entrava de surpresa ela tratava logo de proteger o presente.
“A gente não imaginava, achávamos que fosse um diário.” Os contos não foram escritos com a expectativa de se tornar livro, mas como o resultado agradou a todos, Margarida se rendeu aos conselhos e pedidos dos amigos e da família e foi em busca de uma editora. Antes, cogitou publicá-lo de forma independente, mas não foi preciso.
Não foi a primeira vez que a professora testou o lado escritora. Antes do livro de fábulas, escreveu a própria história que depois de ter as folhas impressas e presas por um espiral, foi dada aos pais. “Toda a família leu, guardamos como lembrança, mas achei que era comum. Já com as fábulas fiquei muito emocionada. As pessoas se surpreenderam pela delicadeza das histórias”, diz Margarida.
A obra “Débora conta histórias” será lançada oficialmente no mês de setembro em um evento para convidados, em Natal. Ainda não há data definida.

Escolas regulares

A autora da obra nasceu em Natal (RN) e há nove anos trabalha como professora assistente em um colégio particular tradicional da cidade, a Escola Doméstica. Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e se formou no curso de magistério, de nível médio, em 2005.
Quando começou a frequentar a escola, pouco se sabia sobre a síndrome de Down. Débora contou com o apoio da família que contrariou a tendência de matricular a filha uma escola especial, assim como fazia os pais naquela época. “Nunca cogitei uma escola especial porque Débora era uma criança comum. A escola especial era discriminatória e ela precisava de desafios. Não sabia muito bem como seria, mas estava aberta para ajudar minha filha a encarar qualquer coisa”, diz Margarida.
Nem sempre foi fácil. Débora já foi vítima de preconceito. Ainda na educação infantil, lembra de ter sido chamada de ‘mongol’ por um garoto. Ela chorou, ficou magoada, mas encontrou na professora uma aliada que explicou à classe que ‘mongóis’ eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era a síndrome de Down.
Por conta de sua experiência com professora, Débora já foi convidada para palestrar em várias partes do país e até fora dele, como Argentina e Portugal. Sempre que pode participa de iniciativas para ajudar a combater o preconceito, como apresentações teatrais – mais uma de suas paixões.

Publicado originalmente por Vanessa Fajardo no G1


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